5 de fevereiro de 2018

Carlos Heitor Cony - Biografia


 "Numa das seis prisões durante o Regime Militar, um Coronel me perguntou por que eu escrevia tanta besteira no jornal em que então trabalhava. Dei razão a ele. Até hoje, acho que não fiz outra coisa".



O jornalista e escritor Carlos Heitor Cony nasceu em 14 de março de 1926, no Rio de Janeiro. Era filho do também jornalista Ernesto Cony Filho e de Julieta Moraes Cony. Ainda jovem entrou para o seminário, de onde saiu por volta de 1945 antes de ordenar-se padre. Chegou a cursar a Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, mas interrompeu também antes de concluir. Teve sua primeira experiência como jornalista no Jornal do Brasil cobrindo férias de seu pai.Trabalhou como funcionário público da Câmara Municipal do Rio de Janeiro até 1952, quando se tornou redator da Rádio Jornal do Brasil. Em 1960 entrou para o Correio da Manhã, jornal que publicara o polêmico editorial "Basta!" contra João Goulart. Carlos Heitor Cony foi um dos que se arrependeram de apoiar a queda de Goulart que resultou no Golpe Militar de 1964 e veio depois a opor-se abertamente ao golpe, tendo sido preso por seis vezes ao longo do período  do Regime Militar. Como editorialista do Correio da Manhã, escreveu textos de crítica aos atos da Ditadura Militar. Foi incitado a se demitir do matutino em 1965. Recebia pensão do Governo Federal em decorrência de legislação que autoriza pagamento de indenização aos que sofreram danos materiais e morais vitimados pela Ditadura Militar. O benefício chamado de prestação mensal permanente continuada, foi aprovado pela Comissão de Anistia em 21 de junho de 2004, correspondendo à época em cerca de 23 mil reais, que seria o salário que receberia no jornal caso não tivesse sido obrigado a se desligar. Em 1985 esteve como diretor de Teledramaturgia na Rede Manchete, onde apresentou os projetos e as sinopses das novelas A Marquesa de Santos, Dona Beija e Kananga do Japão. Carlos Heitor Cony ficou até 1990 na emissora, onde ainda colaborou na produção de três documentários: JK - 7 Anos Sem a sua Companhia, JK - A Voz da História, Vargas - A Vida e a História. O escritor já publicou contos, crônicas e romances. Seu romance mais famoso é de 1995, Quase Memória, que vendeu mais de 400 mil exemplares. Esse livro marca seu retorno à atividade de escritor romancista. Seu romance A Casa do Poeta Trágico, foi escolhido o Livro do Ano, obtendo o Prêmio Jabuti em 1997, na categoria ficção. Carlos Heitor Cony também trabalhou como editorialista da Folha de São Paulo e em 23 de março de 2000 entrou para a Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira de nº 3, cujo patrono é Arthur de Oliveira, sendo seu quinto ocupante. Foi recebido em 31 de maio do mesmo ano por Arnaldo Niskier. Desde 2006 seus livros são publicados pela Editora Objetiva, que pretende relançar toda a sua obra. Carlos Heitor Cony morreu em 5 de janeiro desse ano no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, devido a problemas no intestino e falência múltipla dos órgãos.



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